Não é raro que quanto se diga ‘isso aí é muito caro’, na prática, a intenção é dizer ‘isso não vale’. Esse livro é caro, esse curso é caro, esse produto é caro, essa ideia é cara, essa consulta é cara…Mas vamos lembrar que não há uma identidade direta entre ser caro e ter um alto preço. Dizer que algo tem um preço alto não significa obrigatoriamente que seja caro. Caro é aquilo que não vale. Se eu compro um medicamento que vai me curar de uma doença que pode ser fatal, uma dor que está me amargurando, aquilo não é caro.
Se eu compro algo que me ajuda a existir, que me ajudar a crescer, um curso que vai me levar adiante, não é caro, ele pode ter um preço alto.
Caro é aquilo que não vale o que se está pagando. Uma coisa barata pode ser algo que tem um custo baixo, mas que não necessariamente tenha utilidade. Nesse sentido, mais do que barata, pode ser uma coisa banal.
Há livros que não são caros quando valem bastante; eles são caros se forem livros de banalidades, superficialidade, marcados por tolices ou por um conteúdo que não me auxilia. A faculdade cara é aquela que não serve, que marca a inutilidade na minha vivência por ela.
Caro é aquilo que não vale.
Texto de Merio Sergio Cortella, no livro ‘Pensar bem nos faz bem!’
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