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Obrigada à Revista Hotelaria pela reportagem.  Segue um pouco da minha trajetória e lições aprendidas!
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10 Lições e Muito Orgulho de Ser Hoteleira!
O início da minha carreira começou no cursinho pré vestibular. Sim, porque no último ano do colégio você só pensa em 3 coisas: não ficar de recuperação, férias e festa de formatura. Mas confesso que, além de decidir por Comunicação Social, só aprendi duas coisas no curso pré vestibular: escrever redações e, principalmente, me divertir.
Lição 1: É possível se expressar através da escrita, e ainda se divertir enquanto estuda.

Nesse período nem imaginava que a Famecos, Faculdade de Comunicação da PUC/RS, se tornaria minha ‘casa’ por 4 anos.
Nasci em Porto Alegre, sou uma gaúcha que tocava músicas nativistas no violão e que hoje jura não ter mais sotaque.
Na PUC iniciei minhas 2 paixões: elaborar novos projetos e ler (muito!)`.
Lição 2: Ler é um melhores hábitos que se pode adquirir.

Quando chegou na hora de escolher um estágio, consegui um ‘não remunerado’ no Hospital Moinhos de Vento, um dos melhores da cidade. Minha função era propor melhorias e humanizar o depto. financeiro do hospital.
A experiência foi mais importante do que eu imaginava.
Foi muito importante entender como funcionava um ambiente corporativo, a relação entre os colegas, com o chefe, o limite das brincadeiras, a maneira de se vestir, se comportar, etc.
Lição 3 – É vital ser flexível e se adequar ao ambiente em que escolheu trabalhar.

A verdade é que, anos depois, quando começou a se falar mais em hospitalidade hospitalar, tive vontade de mudar de profissão, mas as coisas já estavam acontecendo.
No final da faculdade, resolvi conhecer a sensação de ‘ganhar dinheiro’. Trabalhei em uma loja de moda jovem no Shopping Iguatemi. Fui a vendedora com mais elogios e faturamento da loja, mas colocando na balança as prioridades do momento, pedi demissão antes de terminar o contrato de experiência. Mesmo decidindo rapidamente que não queria seguir carreira no varejo, descobri que podia ‘vender’.
Lição 4 – Realização profissional é mais importante que dinheiro.

Um belo dia, passei em frente ao lindo Plaza São Rafael, me encantei com o lugar, os uniformes, as salas de eventos, o lobby, e tudo mais. Que ambiente incrível! Devia ser muito bom trabalhar ali. Entrei.
A única vaga que tinham? No CPD. Se você tem menos de 40 anos, CPD significa Centro de Processamento de Dados. Hoje conhecido como Depto. de TI. Como na época o importante era entrar naquele ambiente maravilhoso, aceitei. Após atualizar manualmente os ceps de um mailing gigantesco, fui direta com meu Gerente: ‘Estou me formando em comunicação. O Depto. de eventos foi feito para mim.’ Foram 3 meses no CPD, e quase 3 anos em Eventos.
Fiz todo o trabalho final da minha Pós em Marketing e Vendas da ESPM sobre o hotel, com diagnóstico e projeto detalhado. Meu final de semana era: sábado com dia inteiro no curso, e noite trabalhando como hostess nos festivais gastronômicos (me ajudou a pagar a pós). Foram 2 anos em que meus amigos já nem ligavam mais para me convidar para sair.
Mas o esforço compensou. Fui Relações Públicas da Rede Plaza por dois anos. Uma das únicas pessoas da minha turma de faculdade a exercer a profissão. Me orgulho muito disso!
Lição 5: Quer alguma coisa, peça . O esforço compensa.

Mas tudo na vida muda, inclusive a empolgação com as coisas. Saí do trabalho e comprei uma passagem só de ida para o outro lado do mundo.
O ano que morei na Austrália e Indonésia foram vitais na minha formação pessoal e profissional. Estudei, viajei, trabalhei e me diverti. Quase todos na mesma proporção.
O discurso oficial era uma viagem para aprender a falar inglês. Mentira, eu já falava. Na verdade, queria mudar de ares, de vida e…surfar (eu era body boarder).
Lição 6: Não existe nada tão bom que não possa melhorar!

Voltei da Austrália direto para São Paulo. Consegui um cargo no depto. de eventos do saudoso Caesar Park da Rua Augusta. A língua inglesa e a experiência no Plaza ajudaram muito.
Quase 2 anos depois, o InterContinental me chamou. Nunca me esqueço da reação do Gerente Geral na entrevista quando eu disse que precisava pensar. ‘Ok, você tem 2 minutos’. Me desafiou, gostei dele!
Após um ano em eventos, pedi para conversar com a Diretora de Vendas: ‘A pessoa que você está procurando para Gerente de Vendas sou eu’. Eu ‘pedi’ o que queria. Deu certo!
Cheguei a cuidar das maiores contas do hotel, e ainda o mercado internacional. O Intercontinental até hoje é uma das empresas que mais admiro e respeito.
Lição 7: Trabalhar em uma empresa com os mesmos valores que você faz sim toda a diferença.

Quando resolvi mudar para o Rio, recebi 3 propostas, mas o Sofitel Rio de Janeiro me encantou.
Foram quase 5 anos sensacionais, mas foi como começar de novo. A mesa do estagiário era maior que a minha, e ainda herdei uma carteira que não devia representar nem 1% do share do hotel (‘Estão me desafiando de novo’, pensei). Decidi que seria uma expert em prospecção.
Quando fui convidada para assumir a Gerência de Vendas Regional para a América Latina da Marca Sofitel, já cuidava das principais contas do hotel e também do mercado internacional. Voltei para São Paulo, definitivamente.
O cargo de Diretora Regional de Vendas para a Am. Latina aconteceu após um bom tempo explicando que só faltava o cargo, pois eu já exercia a função. Muita gente que conheço passa pela mesma situação. Quando efetivamente assumi, a gestão da equipe e os (muitos) treinamentos no exterior foram realmente inesquecíveis.
Lição 8: Trabalho bem feito e a consciência tranquila, melhores antídotos contra o pessimismo.

Quando a gestão da marca Sofitel se tornou independente da Accor, fechei um acordo de mais 3 anos e, automaticamente, comecei a planejar minha carreira independente a partir daí.
Foi um processo natural, onde me preparei para exercer minha atuação como Consultora. Aproveitei e fiz um MBA Executivo, iniciei meu blog, e passei a escrever regularmente para portais importantes sobre turismo e luxo. Claro que bateu insegurança no início. Não é fácil desapegar do lifestyle CLT. Mas estava decidida.
E mesmo com tudo dando certo, até hoje head hunters e empresas me chamam de vez em quando para entrevistas. Além de recomendar amigos competentes (já recoloquei vários), sempre preciso explicar que estou feliz com minha decisão. Engraçado a quantidade de pessoas que ainda não acreditam no empreendedorismo no Brasil.
Lição 9: Essa não é minha, mas adotei: ‘Vai, e se der medo, vai com medo mesmo!’

Hoje, com a GO Associados completando 5 anos, implemento coisas novas todo ano.
No primeiro ano, comecei a dar aulas para a Educação Executiva da ESPM, e tirei certificações internacionais de desenvolvimento de líderes.
No outro, inaugurei um curso de RM e Distribuição (RMNow), e abri os negócios para outras indústrias.
No seguinte, fiz um programa de entrevistas, e ampliei o leque de soluções da GO.
Ano passado, mudei meu site/blog, tirei a certificação de Leader Coach, e me tornei Presidente da HSMAI no Brasil. Esse ano, criei uma área de livros de negócios no meu site (já com parcerias com editoras), fechei o ciclo de palestras em todos os principais eventos do turismo do país, abri uma área de curadoria de conteúdo para eventos, estou trabalhando no conteúdo para um canal no YouTube, e muitos outros projetos que estão quase saindo do papel.
E importante ressaltar que a regra de não trabalhar finais de semana está sendo mantida. Curtir com a família, colocar as leituras em dia e assistir séries (sou viciada) são vitais para minha saúde física e mental.
Lição 10: Se reinventar sempre, e manter o equilíbrio entre trabalho e lazer são fundamentais.

Crio projetos inovadores, divertidos, dinâmicos, e que agreguem valor para a vida das pessoas. Certamente, muita coisa boa está por vir!

Não tenho sonhos, faço planos.

E se eu fosse listar só os que estou pensando agora, não caberiam aqui!

Aprendizado Geral:

Não está bom, mude!

Está bom, sempre pode melhorar!

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