1 de julho de 2014

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Piaget, uma Jóia Suiça – Reportagem Isto é Dinheiro com Gabriela Otto

Gabriela Otto participou de reportagem sobre a chegada da Piaget no Brasil para a Revista Isto é Dinheiro.
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A grife Piaget quer seduzir o brasileiro com suas peças repletas de diamantes e pedras preciosas. A marca da alta relojoaria planeja abertura de uma loja no Brasil ainda esse ano.
É verão em La Côte-aux-Fés, vilarejo a pouco mais de uma hora de Genebra, na Suíça francesa. Para chegar ao lugar, que abriga apenas 500 habitantes, é preciso dirigir por quase meia hora entre montanhas com curvas sinuosas. No cenário bucólico, muito verde, com pinheiros exuberantes e vacas pastando, além das casinhas típicas da região, com seus tons pastel e janelas verdes, vermelhas e marrons, e telhado de barro. É esse charmoso povoado que está instalada uma das duas fábricas da Piaget. Ao entrar na unidade, que mais lembra uma das residências de La Côte-aux-Fés e arredores, nota-se que todos os funcionários usam jaleco branco e lupa. Tudo para não atrapalhar a montagem dos relógios, uma vez que um mísero grão de poeira poderia comprometer o perfeito funcionamento das peças. 
Todo ano a Piaget produz 25 mil relógios e 25 mil jóias. Para atestar a qualidade de seus componentes, cada um dos funcionários passa por pelo menos 5 treinamentos até obter o aval do mestre relojoeiro e começar a construir os complexos mecanismos dos modelos Piaget, como o Altiplano 900p. Disponível no Brasil a partir de dezembro, por R$ 80 mil, o relógio é famoso por ser o mais fino do mundo, com uma caixa de apenas 3,65 mm de espessura. Todos os mecanismos do relógio são montados à mão na charmosa unidade de La Côte-aux Fées e depois enviados para a fábrica de Genebra, responsável pela finalização das peças. Já na cidade grande, a Piaget exibe sua faceta tecnológica, abrigando 60 máquinas de última geração, que chegam a valer até U$ 1 milhão cada uma. São elas que fazem até as menores peças dos refinados relógios da grife. As jóias, de entrada ou mesmo de alto luxo, também são produzidas nessa fábrica, repleta de artesãos, muitos deles filhos ou netos de ex-funcionários da Piaget. 
No competitivo mercado dos relógios, a Piaget, pertencente ao grupo Richemont, com uma receita anual de U$ 14,5 bilhões, se destaca por fazer relógios somente de ouro, seja ele branco, seja amarelo ou rosé.
Isso quando não estão incrustrados de diamantes e pedras preciosas. A estratégias parece bem diferente da Cartier, que anunciou recentemente seu primeiro modelo esportivo com pulseira de borracha. As duas fazem parte do mesmo conglomerado suíço, que detém também outras marcas como Montblanc e Van Cleef & Arpels. “Não fazemos apenas relógios”, afirma o CEo da marca, Philippe Léopold-Metzger. “Fazemos jóias-relógios”. Um exemplo disso é o Limelight Excepcional Piece – Horse Inspiration, feito de ouro branco com diamantes (R$ 3,8 milhões). O executivo conta que, mais uma vez, diferente das outras marcas do setor, não deverá produzir (pelo menos não por agora) qualquer outra peça que não relógios ou jóias. “A nossa produção é ainda feita 80% por mãos humanas”, afrma ele. “E queremos que continue assim”.
Já a estratégia para incrementar a receita da marca continua bem semelhante a das maiores marcas de luxo: investir nos países emergentes. Tanto que o país mais importante para a empresa atualmente é a China e ela se preparar para abrir uma loja no Brasil em novembro, no shopping Cidade Jardim, na zona sul de São Paulo. “Os brasileiros adoram gastar dinheiro e isso é ótimo para a gente, não é mesmo?” diz o franco-americano, em tom amistoso.
Para Gabriela Otto, professora do curso de Educação Executiva do mercado de luxo da ESPM, essa aproximação geográfica funciona como uma estratégia de marketing para que o relacionamento com o cliente seja estreitado. “O mercado brasileiro de alto padrão está mais maduro“, diz ela. “Isso significa que não há espaço apenas para Louis Vuitton e Dior, mas também para grifes menos óbvias, como a Piaget.” Isso se deve , segundo a especialista, ao fato de os brasileiros terem passado a viajar mais para o exterior na última década. É também por isso que cada vez mais marcas como a Piaget têm dado  adeus ao modelo de distribuição com multimarcas e investido no contato direto com seus clientes. “Não que todas as marcas que entraram no Brasil desde 2010 tenham batido recordes absurdos, mas se aproximar do consumidor é essencial para as grifes de luxo  atualmente.
 
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