Esse meu artigo também foi publicado no Hotelier News. Leia AQUI.
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Três reconhecidas empresas do setor apresentaram seus relatórios sobre a situação do mercado hoteleiro atual. Foram reportados números e tendências, além de sugestões para que hotéis e empresas consigam minimizar os efeitos da crise financeira atual.
A HRG (Hogg Robinson Group), empresa internacional de Serviços de Turismo, em sua pesquisa bi-anual, confirma a baixa de diárias na maioria das regiões do mundo em 2009. A ocupação afetada e a redução de tarifas provêm, prioritariamente, do grande impacto da crise no mercado bancário e financeiro americano e europeu.
Mesmo Moscou, que se manteve no topo dos destinos mais caros do mundo para viajantes corporativos, sofreu uma queda de 14% em suas tarifas.
Somente Abu Dhabi (o maior dos Emirados Árabes), em segundo lugar na pesquisa, cresceu 5%.
Mumbai, centro financeiro da Ìndia, a grande estrela da pesquisa em 2008, caiu para 16º lugar, em parte, pelos ataques terroristas ocorridos em hotéis de luxo locais.
Já nas Américas, as tarifas aumentaram 15%.
Os clientes corporativos, por outro lado, querem (e precisam) seguir viajando. Para isso, o desafio das agências e TMCs (Travel Management Companies) é identificar opções alternativas para ajudá-los a reduzir seus custos de viagens.
Além das negociações de preços, empresas têm negociado contratos com mais itens de valor agregado, como café da manhã, acesso à internet, estacionamento, “fitness Center”, entre outros benefícios inclusos na diária.
O famoso LRA (Last Room availability – que garante a reserva do último apartamento disponível, independente da categoria, pelo preço negociado), já virou padrão nos contratos corporativos.
Em geral, a indústria hoteleira ao redor do mundo têm feito um bom trabalho, se re-estruturando e se adaptando às situações atuais do mercado. Para tanto, o trabalho nas estratégias de precificação tem sido intenso.
Entretanto, hotéis de luxo, e alguns 4 estrelas, apostam na estratégia de longo prazo e estão agüentando firme e mantendo seus preços, mesmo enfrentando uma baixa na ocupação. Afinal, é sabido que a retomada de preços após uma redução é difícil e toma muito tempo.
A HRG sugere aos seus clientes corporativos que aproveitem o momento consolidando suas políticas de viagens.
Em complemento a este relatório, a STR (Smith Travel Research), empresa americana especializada em pesquisa de mercado de turismo, faz projeções do mercado até o final de 2009:
Demanda: – 5,5%
Ocupação – 8,4%
Diária Média: – 9,7%
2010 se apresenta um pouco melhor que 2009, mas ainda com queda:
Ocupação: -6%
Diária Média: -3,4%
Com a melhora
na economia americana e a relativa estabilização da demanda de lazer, parece haver luz no fim do túnel. Mesmo com o sensível aumento dos viajantes de negócios, o mercado de lazer é que comandará a retomada de crescimento do mercado. Lembrando que os hotéis vão apostar em grandes descontos para focar este mercado.
na economia americana e a relativa estabilização da demanda de lazer, parece haver luz no fim do túnel. Mesmo com o sensível aumento dos viajantes de negócios, o mercado de lazer é que comandará a retomada de crescimento do mercado. Lembrando que os hotéis vão apostar em grandes descontos para focar este mercado.
Por último, a filial brasileira da Jones Lang LaSalle Hotels, consultoria de investidores hoteleiros, analisou, em seu estudo bi-anual (Lodging Industry in Numbers – Brazil 2009), os números do mercado hoteleiro do nosso país, após pesquisar mais de 300 hotéis.
Nosso Revpar (receita por apartamento disponível para venda), índice mais relevante para analisar a performance hoteleira, cresce 9% por ano, nos últimos 4 anos.
Com a crise econômica global, a ocupação tem sofrido mas, a diária média, em função do câmbio, deve manter seu crescimento. Previsões econômicas afirmam que o Brasil sofre muito menos e por um período menor do que os mercados mais maduros. E realmente já vemos por aí manchetes com a volta do crescimento econômico, menor índice de desemprego, etc.
Com boas estimativas econômicas, os hotéis brasileiros (principalmente resorts) tendem a melhorar seus resultados mas, ao invés de alta demanda, os resultados por aqui provêem muito da redução de custos e do impacto positivo que o câmbio (pelas tarifas vendidas em dólares para o mercado internacional) têm na receita do hotel.
Aproximadamente 87% dos hotéis no Brasil, representando 60% do total do inventário do país, não estão afiliados a nenhuma rede hoteleira. Entretanto, a proporção de afiliações tem aumentado devido ao interesse de investidores estrangeiros. São 124 projetos de novos hotéis e, a maioria, com filiação a alguma rede. Até o final de 2012, é esperada a entrada de 18.073 novos apartamentos.
Em complemento a isso, a expectativa com a Copa do Mundo em 2014 é imensa. A idéia é trabalhar o máximo possível para que a entrada em um novo ciclo de desenvolvimento hoteleiro seja sustentável.
Em resumo, a missão, visão e objetivo da maioria da hotelaria mundial hoje é sobrevivência. A fórmula é simples, mas extremamente complexa na sua implantação. São quatro as prioridades:
• Gerenciamento de risco
• Maximização de cada receita que entra
• Otimização do “custo x benefício” para entregar a promessa da marca
• Acirrado equilíbrio no gerenciamento de custos
Hoje em dia, todos os hotéis contam com planos “B”, “C” e “D” para enfrentar um mercado instável e a palavra de ordem é “AÇÃO”!!