14 de setembro de 2009

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Resumo ATUALUXO 2009

Não é todo mundo que dispõe R$ 4.000 para assistir 3 dias de palestras (me incluo nesse grupo). Então, listei abaixo as 12 idéias que achei mais relevantes e inovadoras do ATUALUXO 2009, que ocorreu no Grand Hyatt de 9 a 11/09/2009 (2ª Edição).

1) AUTENTICIDADE é a palavra de ordem do mercado de luxo atualmente. Uma atmosfera autêntica permite criar desejo no consumidor.

2) LUXO NA INTERNET- As empresas de Luxo ainda estão distantes da internet, mas devem se aproximar, pois suas marcas são comentadas lá. É preciso uma aproximação, mas sempre monitorando as mídias sociais, comunicando-se da melhor maneira, participando, dialogando e experimentando novos formatos. Devem evitar controlar, bloquear e ignorar as opiniões das pessoas e, mais ainda, focar em oferecer experiência da marca on-line assim como o fazem off-line.

3) SUSTENTABILIDADE – Luxo é consciência e detalhe

4) HOTELARIA: Resort Ponta dos Ganchos foi exemplo. Experiência única é seu diferencial. Prova disso é sua ocupação de 64% contra 51% do setor e diária média de R$ 2.200,00.

5) GIGANTISMO – Antes tinham pequenas lojas, hoje são cada vez maiores e é preciso questionar se esse gigantismo todo não vai dar no que deu o Titanic.

6) METALUXO – a marca vira uma assinatura e os produtores artesãos. Ao invés de focar na história, devem olhar para a cultura.
Para isso, as marcas precisam ter em seu DNA seis cromossomas: Foco, Qualidade, Longevidade, Controle, Ser única, Descoberta.

7) LUXO É… – Nem a customização pode mais ser considerada Luxo, mas sim o sob medida. É o Luxo máximo porque se cria uma relação emocional com o consumidor. Mas, para fazer isso, é preciso compreender o comprador, algo que hoje quase nenhuma empresa pratica. Luxo é ter tempo para ouvir o cliente porque isso foi esquecido. É preciso saber onde está o limite de seus sonhos.

8) NOVO CENÁRIO
Estamos diante de uma mudança de cenário profundo. É preciso deletar o conhecimento que o mercado tinha para poder se reinventar. Não basta ter o melhor produto ou serviço, é preciso ir além, pois surgiram novos desejos.
Estamos na Era da busca pelo raro, pelo único. Um produto precisa tocar o consumidor. Precisa emocionar. A atividade do Luxo veio se profissionalizando no mesmo momento em que o consumidor emergia com novos hábitos. A nova Era demanda a capacidade de despertar sensações nas pessoas. É a Era das experiências. Os produtos suprem necessidade, a experiência supre o desejo. A gestão do luxo é transformar o ordinário em extraordinário.

Cada vez mais empresas procuram aprender com o DNA do Luxo. O Luxo virou POP. Houve uma democratização e é claro que há um excesso, mas o mercado é soberano e em breve veremos o que é realmente relevante, principalmente neste momento de crise. Todos podem aprender com a atividade do luxo.

9) LUXO EM NÚMEROS
Enquanto o mercado de Luxo no Brasil vai crescer 8% em 2009, segundo pesquisa da GfK em parceria com a MCF Consultoria, o segmento amargará uma queda de 10% no mundo neste ano, aponta o estudo da Bain &Co. A consultoria analisou 220 marcas, sendo apenas uma brasileira: H.Stern.

Em 2008 o segmento ficou com 0% de expansão mundial. Além do Brasil, a China também vai crescer em 2009: 10%. A resposta para a retração mundial está no consumidor, que está menos seguro para comprar. Ao todo, o mercado vai movimentar 154 bilhões de euros.

10) UM POUCO DE HISTÓRIA
* Década de 1970. O Luxo era reservado aos ricos. Os objetos tinham valores patrimoniais. A produção e o consumo eram locais. Era um modo de consumo discreto. Muito focado na Europa.

* Década de 1980 – 1990. Era de democratização do Luxo. Surgimento de grandes grupos e a entrada do Marketing no segmento, com estratégias de gestão de produtos, de marca, e de segmentação. São diluídas as fronteiras. Ganha-se volume de mercado. As marcas abrem suas lojas e buscam novos clientes. Atacam a classe média. Os EUA ganham importância no mercado do Luxo. O Luxo se torna um diferenciador social. As marcas ganham formas de expressão. É um Luxo da ostentação. O Luxo deixa de ser atemporal.
* Década de 1990 – 2001. Era de globalização das marcas. A França continua sendo o principal produtor, mas o consumo se globalizou. A grande questão é criar marcas globais sem perder suas raízes. O Luxo vira uma tendência de consumo. As fronteiras se misturam. O Luxo virou efêmero.
* 2001 – 2007. Era do luxo experimental. Da experiência. As marcas buscam suas raízes de volta. De reafirmação da essência do luxo. As marcas trabalham sua origem, sua tradição e tudo que as diferenciam. O ponto-de-venda vira um canal de experiência com as lojas conceito. É a Era do Hedonismo. Ganha espaço o Marketing de Relacionamento com o consumidor. É a ressurreição de marcas de Luxo.
* 2008 – A crise vai alterar o consumo do Luxo. É preciso dar mais sentido ao consumo do Luxo. Há um novo prazer de consumir, menos fútil e mais responsável. Os excessos saem de moda. Não importa tanto a posse, mas a experiência. O luxo continua sendo um acesso ao status.

11) FILOSOFANDO
Quantas empresas caíram porque não conseguiram entregar o que prometiam? Há uma diferença entre o que você diz e o que você é. E a comunicação é um exercício de identidade. O mundo não deixa mais comunicar o que não representa a empresa. As marcas têm que ter uma proposta verdadeira da realidade.

Estamos vivendo uma época de mudanças constantes e hoje a consistência da marca é fundamental. A marca corporati
va reduz o investimento para colocar um novo produto no mercado.

O mundo está muito incerto. Por isso uma marca consistente é importante. Entretanto, o comentário que achei mais pertinente foi: “O Luxo perdeu o significado.”

 

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