Caso você acompanhe meus artigos, já pode imaginar o tamanho da minha indignação com esse tipo de posicionamento, ainda agravada pelo fato de ter acontecido dentro de um ambiente acadêmico.
– Evasão de bons profissionais da hotelaria para outras indústrias;
– Poucos profissionais com visão estratégica e com ampla visão do negócio;
– Escassos cursos de especialização, pós e MBAs para formar gestores hoteleiros;
– Estudantes com uma visão romântica da indústria. Para esses, indico um estágio urgente! Isso é a melhor ‘vacina’ para que as expectativas fantasiosas da hotelaria sejam vistas por uma perspectiva realista;
– Falta de pesquisa na área (tanto conceituais quanto de números do segmento).
Aliás, as poucas pesquisas que existem não vêm com nenhum tipo de análise. Esse item é um indício claro do quanto precisamos de mais cabeças pensantes no segmento.
Espero poder participar de eventos do trade no nosso país sem precisar ouvir palestrantes passando dados e tendências dos Estados Unidos ou Europa.
Sabemos que, amanhã, tudo o que aprendemos hoje pode (e vai) mudar.
Portanto, é importante termos consciência de que informação é um bem dinâmico. Já conhecimento é saber o que fazer com a informação disponível. Estamos falando de aprendizado interativo, colaborativo e personalizado.
Eric Mazur, professor de Harvard, disse: “Educação é muito mais do que mera transferência de informação. A informação precisa ser assimilada. Os alunos têm de conectar a informação ao que já sabem, desenvolver modelos mentais, aprender a aplicar o novo conhecimento e adaptá-lo a situações novas e desconhecidas“.
Como disse Gil Giardelli, CEO da Gaia Creative, em um excelente artigo para a HSM Management semana passada: “Vivemos em uma era em que a simples troca de informações é o motor de grandes mudanças”. Imagina o valor agregado do profissional que sabe encontrar, analisar e tomar decisões assertivas com base em informações relevantes?
Portanto, vamos ampliar isso. Estamos falando aqui em aprender. E você pode (e deve) aprender todos os dias, pela vida toda. O problema é que as velhas desculpas sempre aparecem nesses momentos: “não tenho tempo”, “não tenho dinheiro”, “tenho outras prioridades no momento”. E outras mais sinceras: “não consigo me concentrar”, “tenho preguiça”, “não sei pesquisar”, “não sei o que quero…”
Não costumo aceitar muito os argumentos acima. Já ouvi até que alguns artigos são longos demais. Bem, para essas pessoas, nem perguntei qual o último livro que leram.
Em um mundo digital, onde absolutamente TUDO está disponível para todos na internet, sempre digo que, atualmente, a sala de aula serve para debate, networking e organização de informações e ideias. Hoje em dia, só não aprende quem não quer.
Portanto, pare de ser escravo da internet. Faça-a trabalhar para você. Com os sistemas de busca, redes sociais, RSS e assinatura de algumas newsletters, você clica somente nos links que de seu interesse que já chegaram no seu email.
Também procure estudar em instituições de renome. O quadro de professores importa sim.
Os benefícios do conhecimento são inúmeros:
– Maior autoconfiança (pessoal e profissional)
– O que todo mundo sabe: “Quem lê mais, escreve e fala melhor!”
– Poder de análise. Exemplo: muito comum existirem pessoas que não sabem traduzir, analisar e explicar dados numéricos.
– Autonomia do pensar. Aceitar passivamente opiniões e/ou modelos prontos de pensamento nos fazem menos interessantes, tanto no ambiente de trabalho quanto pessoal. Acredite: senso crítico faz toda a diferença em um profissional.
Para comprovar isso, veja o que diz a pesquisa do Economist Intelligence Unit (EIU) de 2009, sobre as habilidades consideradas muito importantes e que faltam aos profissionais da América Latina:
- Pensamento crítico – 78%
- Capacidade para solucionar problemas – 73%
- Aptidões pessoais, como negociação e networking – 72%
- Liderança – 66%
- Comunicação oral e escrita – 65%
- Compreensão das implicações financeiras de decisões de negócios – 60%
- Vários idiomas – 49%
- Ciência, tecnologia, engenharia e matemática – 43%
- Proficiência tecnológica – 40%
- Análise estatística – 23%
Se nada disso ainda o convenceu, lembre-se que o conhecimento tem um caráter libertador, transformador. Isso explica por que as ditaduras limitam o direito a ele, à cultura e à informação. Junto com o aspecto monetário e moral, o conhecimento é um dos três itens que compõem a liberdade do ser humano.
E, por favor, vamos parar com essa história de escravos da hotelaria. Se você se sente um escravo (de qualquer coisa), é porque onde está não sente prazer nem reconhecimento pelo que faz. Mas a questão aqui é simples: partindo do pressuposto que você é o dono da sua vida (e não a empresa), o que você está fazendo para sair dessa situação? Pare de colocar a culpa em algo (ou alguém) e assuma o controle da sua vida profissional.
Pelo lado corporativo, de acordo com especialistas, a melhor maneira de uma empresa transferir o conhecimento é contratar pessoas perspicazes e deixar que elas conversem entre si.
Portanto, seja aquele profissional que “quer algo mais”. Não se acomode, não se contente com um dia a dia sem desafios, inovação e novas ideias. Aliás, se você está lendo esse texto até aqui já é um bom sinal!
E se você é um gestor ou dono do seu próprio negócio, permita (até incentive) uma boa conversa entre seus colaboradores.
Independente da área, a atualização de um profissional deve ser permanente. Escolha um assunto de seu interesse e de aplicação prática na vida profissional e faça cursos, especializações, assista palestras, participe de associações do setor, invista em um bom networking, seja criativo, comunicativo e converse sempre.
Termino com uma frase do artigo A libertação no mundo por meio da banda larga: Não use velhos mapas para descobrir novas terras!
Se você realmente quer se destacar no mercado de trabalho, invista no seu diferencial! E, junto com sua reputação, o conhecimento é tudo o que realmente você levará para sempre na sua jornada profissional. Portanto, cuide da sua imagem, garanta seu futuro e aprenda…sempre!