18 de agosto de 2009

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O Consumidor "Desorientado"

Admiro muito o psiquiatra Jorge Forbes e, entre suas muitas teses sobre o comportamento humano, gosto particularmente das análises sobre consumo e luxo.
Sua teoria é: “Como variamos o objeto do consumo eternamente, por isso somos eternamente insatisfeitos!”

As inúmeras oportunidades e possibilidades da sociedade consumista que vivemos gera angústia. Assim, o homem se encontra “desbussolado”, pois entre dez opções, a única certeza é que perderá nove. Além disso, a pressão pela melhor escolha é uma angústia disfarçada de prazer.

 

Ele classifica os consumidores em 2 tipos:
* Alienados – compram compulsivamente ( a alienação acalma)

* Responsáveis – mais conscientes do emprego do dinheiro

 

Se antes as pessoas se queixavam por não conseguirem atingir os objetivos, hoje, quase ao avesso, se queixam e se angustiam pelas múltiplas possibilidades que se oferecem.

Muitas pessoas buscam objetos exclusivos e caros. O termo exclusivo quer dizer excluído , à margem, fora. E, por natureza, o ser humano é narcíseo, quer reconhecimento. Se é excluído, sofrerá.

 

Exemplo: Se a mulher quer uma bolsa caríssima, ela deseja justamente porque vai incluí-la em um grupo que quer fazer parte – a bolsa é um ingresso para a integração.

 

Levado ao extremo, ainda há um ponto de alienação onde as pessoas querem ficar iguais. O consumo desenfreado é burro, vai contra o exercício da razão.

 

Mas, em um tempo de individualização, é inegável a necessidade de se diferenciar da massa, ser diferente. Sem ostentação, o luxo aqui está na busca da obtenção de coisas raras, singulares, que definem sua personalidade. Assim o “novo luxo” está mais a serviço da promoção de uma imagem singular do que de uma imagem de classe.

 

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