16 de dezembro de 2009

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Decisão sobre Pessoas e a Inteligência Emocional

A primeira palestra que assisti ao chegar na ExpoManagement esse ano foi do Cláudio Fernando Araóz, autor do Livro “Great people decisions: why they matter so much, why they are so hard, and how you can master them” (já com versão em português: Grandes Decisões sobre Pessoas) , publicado em 2007 e que recebeu muitos elogios de Jack Welch.
Claudio Fernando é chefe de pesquisas da Egon Zehnder International, empresa de recrutamento executivo.
Seu estudo tomou como base o sucesso e fracasso de inúmeros executivos nas Américas, Alemanha e Japão. 
A conclusão foi que, aqueles que falharam, foram contratados com base no seu QI e expertise do negócio, mas demitidos pela falta de inteligência emocional.

Suas teorias sobre liderança, seleção de pessoal e a importância da inteligência emocional do profissional são muito interessantes:

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Em alguns mercados, os líderes afetam até 40% da variável de valor das empresas. Os “novos cargos” estão ainda preenchidas por “mentes antigas”. 
Seguem algumas das coisas que mais podem sabotar nossas decisões quando se trata de pessoas:
1)  Proscratinação (estagnação) – pessoas se tornam mais improdutivas ao serem morosas (devagar) ou terem medo de mudar.
2)  “Overrating Capability” = Supervalorização da sua real capacidade.
Em uma recente pesquisa, 90% dos americanos acham que estão entre os 10% melhores profissionais do mercado. Claudio ainda brincou dizendo que, se a pesquisa fosse na argentina, provavelmente, 110% do público se colocaria entre os Top 10.
3) “Snap Judgements” = Julgamentos instantâneos    
Mesmo que você não esteja pensando em nada, seu cérebro continua “escaneando” tudo e fazendo julgamentos básicos (quase instintivos) sobre as pessoas.
4) Branding – somos influenciados pelas “marcas” (imagem / cargos) mais do que imaginamos.
5) Rotular as pessoas
6) Não confirmar informações
7) Pensar nas pessoas como custo e não como investimento.
8) Rodear-se somente  com o que lhe é familiar.
9) Deixar-se levar pelo emocional.
10) “Herding” (Pastoreio) – pensar sempre na equipe como um grupo, ignorando os perfis individuais.

Em uma contratação, devemos analisar em um candidato:
1) Experiência
2) QI (Coeficiente de inteligência) – o que se aprende academicamente
3) Inteligência Emocional = a habilidade de lidar com as coisas, como gerenciamos o relacionamento com os outros.

Existe um famoso estudo, realizado nos Estados Unidos, chamado “Marshmallow Theory” que colocou crianças de 4 anos em uma sala monitorada, um marshmallow (está para o americano como o mais saboroso dos chocolates para nós) sobre uma mesa em frente a eles, e um adulto que, antes de sair 20 minutos da sala, disse: “Se você não comer o doce até a hora que eu voltar, você ganhará 2 marshmallows.
A reação das crianças foi incrível. Alguns corriam para a mesa e comiam o doce sem pensar. Outros resistiram bravamente, pensando no retorno de 100% sobre o investimento de 20 minutos. A reaçao deles foi
apertar a roupa, puxar o cabelo, dar socos nas pernas, biliscar-se , e até bater a cabeça na parede, tentanto resistir a tentação.
Essas crianças foram acompanhadas por 14 anos e, quelas que correram para o doce, tiveram problemas de aprendizado, relacionamento e até drogas, na adolescência. Em contrapartida, as que resistiram e acabaram ganhando 2 marshmallows, tornaram-se adultos com muito mais sucesso pessoal e profissional.
Em resumo, a habilidade de controlar emoções (auto controle) é uma característica super valorizada no mundo de negócios atualmente.

Definitivamente, Claudio Fernando oferece aos gestores ferramentas efetivas para contratações mais acertadas. 
Além disso, alerta que a “chave do sucesso” está na competência pessoal para a tomada de decisão.
Valeu muito a palestra e vale, com certeza, a leitura do livro.
Obs.: Depois de pesquisar mais sobre ele, descobri que é argentino. e continua morando lá. Por isso as muitas piadinhas sobre seus conterrâneos durante a palestra. Explicado! 
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